Paróquia de Santa Engrácia
Uma pequena história
A Paróquia de Santa Engrácia deve a sua fundação ao desejo da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I em iniciar o culto a esta santa em Portugal, de quem, segundo se supõe, ela possuía algumas relíquias, para além de ser fervorosa devota.
O Papa Pio V, através de um Breve datado de 3 de Agosto de 1568 deu início à construção da nova igreja. Em 1577 era fundada a nova paróquia. A Igreja de Santa Engrácia deveria ser construída fora das muralhas da cidade, tal como a de Saragoça, localidade onde já se tinha iniciado há muito o seu culto. A primitiva igreja foi construída pelo traço do Arquitecto Nicolau de Freitas e aprovado pelo Arcebispo D. Jorge de Almeida. Em 6 de Janeiro de 1630, segundo as investigações da época, Simão Pires Solaris, entrou na Igreja e espalhou as hóstias consagradas pelo chão. Tal sacrilégio foi castigado com a pena de morte pelo fogo, tendo-lhe sido anteriormente cortadas ambas as mãos. Na aplicação do castigo, este homem afirmou ser tão inocente como as obras de Santa Engrácia nunca terminarem… Duraram 200 anos! Em 1681, para gáudio de todos estavam terminadas as obras, com a finalização da capela-mor, 50 anos após o início da sua construção. No entanto, inexplicavelmente todo o restante corpo da igreja ruiu. Viria a ser construída uma maior e mais sumptuosa igreja, ainda existente e onde e onde está instalado o Panteão Nacional.
Os fiéis passaram a celebrar o culto na ermida de Santa Maria do Paraíso à Cruz de Pedra.
Em Março de 1696, chegou uma comunidade de monges capuchinhos, oriundos de Génova. D Pedro I, então rei de Portugal, autorizou-os a instalarem-se em casas anexas à referida ermida. Monges Barbadinhos Italianos, foi o nome pelo qual o povo os passou a conhecer, pelo facto de, por um lado serem Italianos bem como pelo uso da barba bastante crescida. A sua presença com os anos foi ganhando cada vez mais importância.
Em 1738, o então rei de Portugal, D. João V, doou-lhes os terrenos onde viriam a construir o mosteiro bem como a actual Igreja, tendo os trabalhos sido terminados em 1742. A Igreja de Nossa Senhora da Porciúncula já existia em Génova, agora passava a ter lugar de culto também em Portugal.
Em 1834, Joaquim António de Aguiar expulsou as ordens religiosas e a igreja ficou abandonada. A casa conventual foi entregue a vários proprietários, o que acontece até aos dias de hoje.
Foi restaurada em 1896, tendo sido pintada na sua abóbada a glorificação de Santa Engrácia.
Recebeu a visita do Patriarca de Lisboa em 8 de Maio de 1977, na comemoração do 4º Centenário da Paróquia.
Recebeu a imagem da Virgem do Mundo em 13 de Maio de 1978.
Actualmente continua a receber o culto a Santa Engrácia para além de ter dado o nome à freguesia. Os devotos visitam-na regularmente pelo que pode ser visitada todos os dias de tarde excepto à segunda-feira. Uma mínima parte da sua casa conventual alberga o Agrupamento 51, do Corpo nacional de Escutas, que se orgulham de ter como padroeira uma santa de tão grande coragem de tão fortes convicções.